Em documento compartilhado em março de 2021, o Comitê Central (CC) do Partido Comunista da Índia (Maoista) denunciou a nova ofensiva da Operação contrarrevolucionária Samadhan, que, por sua vez, é a continuação das práticas genocidas da Operação “Caçada Verde”.
Conforme denunciado em AND 220: “A estratégia do velho Estado indiano, encabeçado hoje pelo Narendra Modi, é aniquilar todos os membros do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL), dirigidos pelo PCI (Maoista), até o ano de 2022”, data fixada para a conclusão da ofensiva.
Esta avaliação mantém-se inalterada, com o adendo de que a Samadhan já representa uma rotunda derrota da reação, uma vez que vem sendo duramente golpeada pela contraofensiva tática dos revolucionários maoistas e levantes camponeses. Nelas, o peso das massas da Índia, com mais de 1,3 bilhão de habitantes – em sua maioria camponeses povos oprimidos –, se expressa constantemente.
HISTÓRICO GENOCIDA E FASCISTA
A Operação “Caçada Verde”, sob os ditames do imperialismo ianque (Estados Unidos, USA), tinha o objetivo de “separar as massas da guerrilha”. Consequentemente, a guerra é travada contra o povo, e qualquer avanço da reação tem o genocídio como resultado, como comprovado pelos deslocamentos involuntários, invasão de comunidades adivasis (população originária), campos de concentração e campanhas de esterilização forçada, em uma tentativa de eliminar a base de massas da revolução, uma vez que o EGPL é composto principalmente de adivasis e dalits.
A Operação também fez uso da política de exterminação contra prisioneiros políticos, mantendo-os sob cárcere em condições subumanas, além da tortura e assassinato a sangue frio de ativistas sob forjadas “trocas de tiros”, maquinação que visa ocultar os crimes perpetrados contra supostos “suspeitos de maoismo”.
SITUAÇÃO ATUAL
Tal histórico serviu de experiência para a construção da Operação Samadhan: iniciada em julho de 2020, a agressão policial intimidou e encarcerou ativistas sob a justificativa de serem “simpatizantes do maoismo”, política de repressão acentuada em 2021, em clara tentativa de silenciar o movimento revolucionário.
No campo diretamente militar, a reação empenha-se em seus crimes contra o povo, ao enviar recentemente 2 mil soldados aos distritos de Sukma-Bijapur e forjar “trocas de tiros” para executar “suspeitos de maoismo”. Recorrem inclusive a ataques com drones e bombardeamentos, nos quais o caráter anti-povo do Estado fascista indiano se expressa, tirando inúmeras vidas para suprimir a revolução, tal como em ofensiva realizada às 3 da manhã, com lançamento de 12 bombas em área civil, localizada no vilarejo de Bothalanka, distrito de Bijapur, onde maiores danos foram evitados graças a ação rápida das massas e do EGPL, que conseguiram evacuar possíveis vítimas à tempo.
Estas atividades são resultado das conclusões recentemente extraídas pela reação, de que “é necessário maior proatividade” de suas forças; sinais claros de uma nova ofensiva contrarrevolucionária, além de uma importante confissão: os revolucionários detêm a iniciativa no confronto.
OFENSIVA TÁTICA REVOLUCIONÁRIA
O CC do PCI (Maoista) emitiu apelo público aos revolucionários, democratas e progressistas da Índia, expondo que o Exército nacional contrarrevolucionário da Índia está sendo utilizado contra o EGPL e o próprio povo indiano há mais de 15 anos, sob a mentira de serem Guardas Distritais da Reserva (GDR).
Frente a tais condições, o EGPL mantém sua cabeça erguida, realizando a tática de expandir e intensificar a luta de classes e a guerra de guerrilhas em todo o País para derrotar a ofensiva contrarrevolucionária Samadhan, em perspectiva da passagem do EGPL para Exército Popular de Libertação (EPL), identificando as debilidades atuais do movimento em seguir “as leis do desenvolvimento da guerra de guerrilhas e métodos clandestinos de organização”, debilidades retificadas e combatidas em ações recentes, com o expurgo e execução de informantes e agentes secretos infiltrados no EGPL e PCI (Maoista).
Além disso, inúmeras atividades de guerrilha foram realizadas nos últimos meses, com enfoque particular em ataques de minas e explosivos, informado pela Comissão Militar Central (CMC) do EGPL como parte de maior desenvolvimento das táticas da guerra de guerrilhas, impedindo a organização do inimigo através do fustigamento constante.
Em uma ação deste tipo em particular, cinco oficiais da GDR foram mortos, e outros 13 foram feridos pela explosão, precedente para uma emboscada, realizada pelo EGPL durante ação de contra-insurgência em 3 de abril, com mais 28 aniquilados e 31 feridos, maior ação de violência revolucionária desde 2017. O EGPL aniquilou um total de 46 reacionários e feriu 66 nas ações dos meses de março e abril, quatro dos quais foram sentenciados pelo Tribunal Popular, além de capturar 14 armas automáticas e mais de 2 mil munições, dentre outros itens, e enviar 100 combatentes para a região de Madhya Pradesh com fim de estabelecer novas Bases de Apoio, de acordo com a imprensa reacionária.
A ÍNTIMA RELAÇÃO ENTRE O EGPL E AS MASSAS
Em entrevistas com membros do EGPL realizadas pela revista People’s March, foi demonstrada a conexão deste com o povo através de atividades de alfabetização, saúde popular, atividades agrícolas, culturais e das milícias populares para autodefesa dos povos e camponeses. Cabe destacar que, ao serem questionados se é verdade que as massas indianas estão presas no fogo cruzado entre a polícia e o EGPL, os combatentes responderam, em unanimidade: “Isso é absolutamente errado. O EGPL é o povo. Os massacres [perpetrados pela polícia] foram promovidos contra o povo, porque o povo e o EGPL são a mesma coisa. Os maoistas não estão na selva, eles estão entre o povo”. E que: “O EGPL nasce, cresce, protege e é protegido pelo povo, [que se] entusiasma com as conquistas do EGPL e alistam cada vez mais seus filhos ao Exército”.
Outro aspecto relevante demonstra-se na defesa do Novo Poder pelas próprias massas. Na vila de Pandeydih, considerada pela reação como uma “fortaleza maoista”, cerca de mil habitantes, em sua maioria mulheres, realizaram um ataque armado à delegacia de polícia local, visando impedir a instalação de novos postos policiais. Estas ações decisivas mostram o quão profundamente o PCI (Maoista) está ligado às massas, e soma-se à crescente resistência popular contra postos e delegacias de polícia em toda a Índia, unidos sob a palavra de ordem: Não precisamos de postos policiais, nós precisamos de escolas e hospitais!.
Além disso, as últimas manifestações e greves gerais realizadas na Índia gozaram do apoio do PCI (Maoista), que, além de organizar greves gerais, continua a expor o governo de turno fascista, “servo obediente dos imperialistas e dos grupos compradores”, aos quais a Índia está sendo vendida. Segundo declarações do PCI (Maoista) à imprensa do Estado de Telangana, os revolucionários são sempre apoiados pelas massas, tal como nos grandes levantes camponeses do início de 2021, que ergueram a bandeira da liberdade aos presos políticos.
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