Num clima de grande camaradagem, realizou-se no sábado, dia 2 de outubro, uma homenagem pública em A Corunha ao nosso querido camarada Martin Naya (Miguel Alonso). A homenagem foi muito emocionante pelo carinho que foi demonstrado ao nosso camarada, mas também muito combativa pelo espírito revolucionário que o nosso camarada sempre manteve e que transmitiu a todos nós que tivemos o prazer de lutar ao seu lado.
O evento começou com a leitura de um texto do Grupo de Estudos Marxistas do CS A Comuna, onde se destacaba a sua figura de grande professor comunista sempre dende a humildade que o caracterizou.
Posteriormente, o camarada Paco Cela, poeta e ex-prisioneiro político do PCE (r) recitou um poema dedicado ao nosso camarada. Ele continuou com o rap combativo de KaveGz. Posteriormente, um camarada da Galiza Vermelha fez uma intervenção política onde recordou a importância do nosso camarada no MCI e o grande número de comunicados, pinturas e murais que foram publicados em sua homenagem em tantas partes do mundo, terminando o seu discurso com a leitura de um fragmento do comunicado enviado pelo PCB (FV) após a morte de nosso camarada. Por fim, o poeta e ativista Ramiro Vidal Alvarinho recitou um poema dedicado ao nosso camarada. A homenagem finalizou co canto da Internacional por parte dos presentes e com um
VIVA O CAMARADA MARTÍN NAYA!
Posteriormente, foi entreguado a todos os participantes um exemplar do livro vermelho do Presidente Mao em edição portuguesa.
HONRA E GLÓRIA ETERNA AO CAMARADA MARTÍN NAYA!
Poema de Ramiro Vidal Alvarinho
Quando eu for embora e a terra me acolher não desejo que pensedes no final não quero que a tristeza vos invada quando tudo pareça terminar pensade que vai continuar Pensade que eu estarei em cada um dos vossos atos em cada uma das vossas palavras em cada um dos vossos pensamentos pois eu vivo em vós e sou parte do coletivo e sei que me levaredes no vosso interior mesmo quando não me lembredes Quando eu partir aguardade-me lutando quando eu faltar aguardade-me lutando Serei aquele mural na parede abandonada de um prédio em ruinas serei o alento das vossas vozes na manifestação serei a pedra contra a tanqueta serei a bandeira vermelha a dançar com o vento
Poema de Paco Cela
Querido camarada
Martin:
Compañeiro da alma,
compañeiro.
A túa ausencia
e como o fío dunha
navalla
que nos morde no
mais fondo da alma
e nos deixa no peito
un xordo ruxir de soidades.
Na túa fronte, camarada,
armada de as
voaron os sonos
que prenderon os teus ollos
co lume da Revolución proletaria.
Esa fronte túa
que se abismou nunha noite sen lúa.
A cidade, as rúas, a xente,
o ceo o mar
o vento mudaron
Xa nada e como cando ti estabas.
O aire se me volve na gorxa afiada arista
cortante que me deixa como un baleiro
como un oco de negra noite sen albisco de
madrugada
Pasa que te voto de menos e me sangran
todos os poros da alma.
Sempre te vimos enterrado ata as pestanas
no barro das trincheiras
pondo o corpo sempre
sempre ondeando no vento as bandeiras do
teu pobo e da túa clase.
Sempre te vimos entrando nas tormentas
mais bravas sempre burlando as
emboscadas dos naufraxios.
Sempre os teus pes abrindo camiños novos
entre o po dun deserto sen termino.
E sempre, sempre, sempre te vimos
cultivando con mimo a esperanza
dunha madrugada ca que borrar da face da Terra o barro,
as trincheiras, os naufraxios e as tormentas
o po e os desertos.
Temos que aprender a vivir sen a túa
presenza.
E costa.
Non e nada doado.
Pero porque renderse seria unha traizón
inmensa a túa memoria
vamos a saír a buscarte no vento e vamos a
atoparte para contigo, Martin, camarada,
cantar a pleno pulmón esquerdo:
«A Vida é eterna en cinco minutos».
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