O intelectual democrata indiano e
defensor dos direitos do povo, G.N. Saibaba, é vítima de maus tratos na
cadeia. Condenado à prisão perpétua em um processo repleto de
irregularidades, ele é alvo da repressão há anos por denunciar os crimes
da repressão em sua guerra contrarrevolucionária. As informações foram
publicadas no site Sabrang India .
Por meio de cartas que chegaram às
mãos de sua companheira, Vasantha Kumari, em fevereiro de 2018, Saibaba
– que tem uma grave deficiência física que limita a movimentação de 90%
de seu corpo – relatou que a equipe da prisão não é hábil para lidar
com uma pessoa com deficiência. Ele afirmou que escapou por pouco de uma
queda da cadeira de rodas, o que causaria sério dano a seus ossos
afetados pela pólio.
Vasantha acrescentou ainda que ele
sofreu uma lesão que culminou numa disfunção da mão esquerda. “Isso
aconteceu depois de um grave dano aos músculos e nervos por causa de uma
conduta inadequada no momento do encarceramento. Ele sofrerá pelos
danos no resto de sua vida. Sem a presença de membros da família, é
difícil para ele se mover em uma cadeira de rodas”, denunciou.
Ela exigiu ainda que fosse
atendida sua solicitação anterior sobre a transferência de Saibaba, da
Prisão Central de Bagpur para a Prisão Central de Cherlapalli,
Hyderabad, região mais próxima de seus familiares. O apoio médico também
pode ser estendido de uma maneira melhor, pois há hospitais públicos
disponíveis com as instalações necessárias na região. No entanto, o
judiciário reacionário indiano tem ignorado as exigências vitais de
Saibaba.
TRATAMENTO À SAÚDE NEGADO
As “autoridades” do velho Estado e
do presídio negam também tratamento ao democrata. Em 2017, houve uma
grande campanha para que fosse permitido o tratamento para pancreatite
aguda que acomete Saibaba.
“As autoridades em Maharashtra
estão negando tratamento médico para GN Saibaba, colocando em sério
risco a sua saúde”, denunciou a Anistia Internacional em 24 de março de
2017, conforme noticiamos na ocasião.
Agora trancafiado no campo de
concentração de Nagpur Central, pouco antes de ser detido, GN Saibaba
foi diagnosticado com pancreatite aguda e, portanto, necessita uma
operação para remover a vesícula biliar. No entanto, isto vem sendo
negado pelo velho Estado indiano.
Além disso, as condições nas
masmorras não são adequadas para GN Saibaba, que necessita de cuidados
especiais por conta da paralisia que toma 90% de seu corpo. Todas as
situações agravam sua saúde.
“Negar tratamento médico a prisioneiro é injustificável, e pode ascender à tortura”, concluiu, à época, a Anistia Internacional.
UM ATIVISTA DEMOCRÁTICO
GN Saibaba começou seu ativismo
quando defendeu reservas tribais no início dos anos 90, numa época em
que muitos interesses estavam pressionando para acabar com as reservas
para pessoas de castas inferiores na Índia. Naquela década, ele também
fez campanha contra o que ele disse ser “assassinatos por encontros” de
pessoas inocentes e maoistas em Andhra Pradesh.
Graças a seu ativismo, Saibaba
viajou por todo o cinturão tribal na Índia central. Ele estava ensinando
inglês na Universidade de Delhi e era bem reconhecido por ser um
intelectual democrático. Ele foi convidado para várias conferências em
outras universidades.
Em setembro de 2009, o governo
indiano lançou a Operação “Caçada Verde”, em nome da luta contra a
“maior ameaça à segurança interna” – referência aos maoistas. Mas, na
verdade, segundo denunciou Saibaba, o objetivo era facilitar os
monopólios da mineração que estavam mostrando interesse na área.
“Reuni provas suficientes que
sugeriam que a classe dominante queria ter acesso a seus recursos, não
importa o que aconteça. Então, a Operação ‘Caçada Verde’ foi lançada
para matar, mutilar e desalojar essas pessoas.”, denunciou
contundentemente Saibaba.
No auge da operação, entre 2009 e
2012, a Saibaba galvanizou pessoas através de um grupo chamado Fórum
Contra a Guerra ao Povo. Ele organizou uma campanha nacional contra a
operação militar. Segundo Saibaba, “a melhor maneira de me impedir era
me jogar na cadeia”."
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