Naxalbari
O Himalaia, situado no continente asiático é a cordilheira mais alta
do planeta, possui dez das catorze cumes que superam os 8000 metros no
mundo e se estende por Butám, Nepal, China e a Índia.
Nas estribaçons destas imensas montanhas encontra-se a aldeia de
Naxalbari, no estado de Bengala ocidental, considerado como um dos
bastions do maoísmo na Índia e onde em 1967 se iniciou e se estendeu a
guerra popular que a Fraçom Vermelha (liderada por Charu Mazumdar)
fundida com as massas de camponeses pobres e sem terra empreenderam
contra o poder semi-feudal o estado Índio e as forças repressivas que o
sustentavam.
46 anos depois o movimento revolucionário da Índia surgido da pequena
aldeia de Naxalbari conhecido precisamente como Naxalitas polos feitos
acontecidos naqueles anos, com o PCI (Maoísta) e o exército popular de
libertaçom (EGPL) à cabeça têm presença- a diferentes níveis- em 15 dos
29 estados que componhem a Índia e controlam o 35% do seu território.
Precisamente neste 2014 cumpren-se 10 anos do nascimento do PCI (Maoísta)
culminando assim um processo no que se unirom cinco organizaçons
comunistas, contando coa fusom do Partido Comunista da Índia
(Marxista-Leninista) Naxalbari no mes de maio deste ano. Por isto
queremos fazer a nossa aportaçom ao intento de familiarizar ao
proletariado politicamente mais adiantado coa experiência da luita de
classes em povos onde o revisionismo foi combatido dumha maneira eficaz
pola vanguardia proletária. Podendo criar desta maneira umha linha
política justa, o que levou ao o avance do movimento revolucionário, do
partido proletário, do novo poder revolucionário, com um povo armado
para poder ser donos das suas próprias vidas, para poder criar um novo
tipo de sociedade.
O fascista governo índio considera ao PCI (Maoista) e ao EGPL o maior
inimigo e principal perigo (com toda raçom) para a sua existência.
Múltiples informes das autoridades índias dam a alarma sobre a grande
força e o medre em número e eficácia das forças revolucionárias. Os
serviços de inteligência índios nom param de redigir informes sobre a
atividade dos Naxalitas em cada vez mais departamentos. No aumento das
suas forças que já cifram entre 25.000 a 30.000 pessoas combatentes
armados (entre o EGPL e as milícias), entre 50.000 e 60.000 os
militantes do partido. O que os converte (quantitativa e
qualitativamente) numha das maiores forças revolucionárias do mundo
atual e num referente mundial para o proletariado de qualquer povo.
Militante comunista
Charu Mazumdar nasce em Siliguri (Bengala) em 1918, no seio de umha
família na que o o pai vinha de umha tradiçom de luitas democráticas das
que tinha participado ativamente.
Com vinte anos Charu abandona a universidade e integra-se no
Congresso Nacional Índio, que por aquele entom ainda nom estava no poder
e era uma das principais forças opositoras à invasom colonial
britânica, cuja organizaçom provincial de Bengala meses antes tinha
tentando unir à maioria muçulmana e à minoria hindu* em umha mesma
plataforma socialista e laica ante a oposiçom da asa direitista
encabeçada por Ghandi.
Como militante deste partido toma contacto com o movimento obreiro da
cidade de Bidi no que se organiza e participa das suas luitas.
Tempo depois rompe com o Congresso Nacional Índio e passa ao Frente
Camponês, organizaçom setorial do PCI (Partido Comunista da Índia) onde
respeitado e querido polos trabalhadores do campo será nomeado membro do
comité de distrito. Tras o estourido da II guerra mundial o PCI é
ilegalizado, passando à clandestinidade por primeira vez.
Em 1946 translada-se ao norte de Bengala para se unir ao movimento
Tebhaga, movimento armado que aglutinava aos setores mais resolutos e
avançados politicamente daquela época, o que marca a sua militância
fazendo-lhe ter uma visom mais profunda sobre a revoluçom e os métodos
para a alcançar.
Durante umha temporada trabalha nas plantaçons de té no distrito de
Darjeelin até que é detido e encarcerado passando os próximos três anos
em prisom.
Em 1954 junto da sua companheira Lila translada-se a Sliliguri, a sua
cidade natal, que será o centro de operaçons de ambos durante um tempo.
Dirigente revolucionário
A degeneraçom revisionista do PCI fai que junto de milhares de
camaradas abandone o partido e constituam o Partido Comunista da Índia
(Marxista) PCM com o que terminam enfrentados polas posturas
eleitoralistas e outros desvios com parte da direçom, o que lhes leva a
conformar uma corrente dentro do próprio PCM, fam-se chamar a Fraçom
Vermelha.
Fraçom Vermelha que apoiados principalmente polo campesinado pobre e
sem terra dirige os levantamentos populares que partem da aldeia de
Naxalbari, e que em três meses conseguem tomar o poder em mais de 2000
povos no distrito de Dajerliin.
Em 1969 fruto da fusom com as massas operárias e camponesas, e dos
confrontos com o revisionismo praticado polo PCI e o PCM, nasce na
clandestinidade o Partido Comunista da Índia Marxista-Leninista, PCI
(M-L)
do que Charu Mazumdar é nomeado secretário geral, continuando com a
estratégia da Guerra Popular, que quase dois anos depois se estende
desde Bengala Ocidental aos estados de Andhara Pradesh, Bihar, Orissa,
Madhya, Utta Pradesh e kerala.
Ante o avanço do movimento Naxalita no campo, a explosom das luitas
obreiras e estudantis por todas as cidades Bengala Ocidental e outros
povos da Índia onde os estudantes deixaram vazios os colégios e
universidades para se unir à revoluçom Naxalita, enquanto os ataques
contra as instituiçons estatais e os assaltos a armazéns para destribuir
alimentos entre a populaçom esfameada se sucediam, a oligarquia Índia
apoiada no Partido do Congresso e outros partidos reaccionários que
sustentavam o sistema (incluídos os denominados comunistas), alentada
económica e ideologicamente polo governo dos Estados Unidos lança uma
campanha repressiva a gramde escala com o objetivo de frear ao movimento
revolucionário e eliminar aos seus quadros políticos garantindo-se
assim umha derrota do mesmo a curto- meio prazo. Durante este período
assassinam a mais de 10.000 homens e mulheres, entre obreiros,
estudantes e camponeses, detendo e torturando a um número ainda maior.
Detençom e assassinato de Charu Mazumdar
Por aquele entom a obsessom do estado Índio é dar caça a Charu
Mazumdar ao que considera principal inimigo do estado Índio. Conseguem
dete-lo em julho de 1972, na cidade de Calcuta, sendo transladado a
prisom, onde permanece em isolamento durante dez dias sem ter acesso a
um advogado, a um médico ou poder contactar com algum familiar. Segundo a
versom oficial morre o 28 desse mesmo mês às quatro da madrugada, no
mesmo calabozo de Lal Bazar onde o tinham sequestrado, conhecido polas
massas como um dos piores centros de tortura. O seu cadáver é
transladado por um cordom policial até um crematório onde queimam o seu
corpo.
Depois da morte de Charu Mazumdar, desaparecidos e encarcerados boa
parte dos quadros políticos Maoístas, -só nos cárceres de Bengala
Ocidental havía 18000 presos políticos – a Guerra Popular sofre um sério
retrocesso, perdendo quase todas as zonas libertadas onde se tinham
imposto os comités populares. A partir de entom o movimento
revolucionário dos povos da Índia atravessará por momentos críticos. A
linha política traçada por Mazumdar, o seu pensamento político será
decisivo para que com o trascorrer dos anos o Movimento Naxalita poida
ir se depurando e ressurgindo. Na atualidade o legado político deixado
por Charu Mazumdar fai parte do ADN das organizaçons comunistas que
levam adiante a guerra popular contra o estado Índio e que fam que a
estrela que surgiu na aldeia de Naxalbari brilhe com mais força que
nunca para milhonss de oprimidos em todo mundo.
Pensamento político e prática revolucinária
O Maoísmo como guia
O pensamento político de Charu Mazumdar, como o de milhons de
revolucionários e revolucionárias asiáticas daquela época, estivo
marcado pola vitória na guerra civil revolucionária do Exército popular
de libertaçom chinês sobre as tropas reaccionárias de Chiang Kai -Sheck ,
a instauraçom da república popular e a posterior revoluçom cultural
proletária.
Mazumdar sentia grande admiraçom polo pensamento político do
presidente Mao Tse Tung, ao que o considerava um mestre, e ao maoísmo
como parte fundamental e desarrolhada do Marxismo-Leninismo.
Promoveu o seu estudo e aprofundamento entre os quadros e militantes
comunistas, entre as massas que participavam dos movimentos
revolucionários, assim como a sua aplicaçom prática adequada às
particularidades e a situaçom concreta da luita de classes que se
desenvolvia nos diferentes povos e regions da Índia.
Combate contra o revisionismo
Umha das premissas fundamentais para o avanço do movimento
revolucionário e para a criaçom do partido comunista de novo tipo era o
combate contra o revisionismo, nom só contra o que se desenvolvia na
Índia, encabeçado principalmente polo Partido Comunista da Índia
(Marxista) PCM, que embora estava muito desacreditado entre os
militantes mais avançados e combativos, gozava ainda de um importante
apoio entre as massas camponesas e entre o proletariado do cinturom
industrial e mineiro dos distritos de Asamor a Dragapal.
A luita contra o revisionismo devia produzir-se também a escala
mundial “pois o revisionismo é inimigo da revoluçom em todas as partes
do mundo”.
Charu Mazumdar foi um dos maiores críticos das políticas levadas a cabo
polos dirigentes do PCUS e do estado soviético de meados dos anos
cinquenta em adiante. Aos que definia como colaboradores do imperialismo
e “líderes e foco do revisionismo mundial”. Julgava que era
responsabilidade dos comunistas da Índia desenmascarar ante as massas o
papel reaccionário e anti classista desta liderança, pois a influência
deste foco revisionista tinha penetrado à maioria de partidos comunistas
do mundo, que tinham deixado de ser um instrumento útil para o avanço
da revoluçom a nível mundial, e que submergidos na política de alianças
com a burguesia, carentes de vida entre as massas e sem discussom
interna, eram incapazes de assumir às novas forças nascentes (como o
Naxalismo na Índia) que removia as consciências de milhoes de oprimidos
em todo o sudeste asiático e que deixavam em entre dito as velhas ideias
e as políticas liquidacionistas que praticavam estes partidos.
Mas para Charu Mazumdar o combate contra o revisionismo devia
livrar-se tamém no interior do movimento revolucionário da Índia e as
suas organizaçons, pois considerava que no mesmo ainda permaneciam
ideias, erros e deviaçons que se tinham ido arraigando no estilo de
trabalho, na sua conceçom organizativa e em muitas esferas mais.
Conceçons de carácter economicista- sindicalista e eleitoralista que se
vinham promovendo por uma parte do PCM e que estavam a gerar desde fazía
tempo enormes tensons e confrontos entre parte da direçom e a corrente
da Fraçom Vermelha liderada por Mazumdar, que considerava que se estavam
a trairzoar os princípios polos que tinha sido criado o partido, e que
estas políticas só serviam para ancorar ao movimento dentro dos limites
da legalidade burguesa e que entorpeciam e frustravam o desenvolvimiento
da luita de classes.
“ Assim a revoluçom democrática terá que avançar luitando
necessariamente contra a democracia burguesa, isto é contra instituiçons
como as eleiçons e o parlamento. Portanto nom podemos utilizar nunca
estas instituiçons para levar adiante a revoluçom democrática”
O nacionalismo hindu
O nacionalismo hinduísta cimentado sobre a base da identidade hindu
(hindutva) tem como objetivo a construçom de umha “sociedade hindu
pura”, recuperando o “glorioso passado” que consideram truncado pola
invasom muçulmana no ano 1000 de nossa era e a posterior colonizaçom
britânica no século XIX.
Para eles a Índia está considerada como terra santa e o islám ou o
cristianismo como religions estrangeiras, já que as suas terras santas
estám no estrangeiro.
Na atualidade contam com toda umha rede de organizaçons políticas,
sindicais, estudantis ou de mulheres, apoiadas polo grupo paramilitar
Swayamsevak Sangh (Associaçom Nacional de Voluntários), todos eles
agrupados no Jana Party (Partido do Povo Índio) ou no Partido do
Congresso.
Este nacionalismo abertamente reaccionário e racista foi-se gestando
durante a colonizaçom britânica da Índia e a proclamaçom da sua
independência no ano 1947, pois a nova administraçom que as classes
dominantes tinham posto em mans do Partido do Congresso era incapaz de
responder às demandas democráticas das massas e as suas luitas
aumentavam e se radicalizavam por todas partes. Além disso a
proclamaçomn da independência da Índia agudizou ainda mais as
contradiçons entre o estado Índio e os povos que luitavam polo
reconhecimento da sua identidade. Para 1958 naçons como Nagaland, Assam,
Manipur ou Caxemira estavam completamente militarizadas por umas forças
armadas às que se lhe tinham outorgado poderes especiais para combater
aos movimentos independentistas, o que inevitavelmente levou a todo o
tipo de torturas e atrocidades indiscriminadas sobre a populaçom destas
comunidades.
É neste contexto que se desenvolvia o nacionalismo hindu, alentado
polas classes dominantes e estimulado desde o Partido do Congresso pola
ministra de informaçom e futura primeira-ministra Indira Ghandi (umha
das suas principais ideologas nessa época), vam fomentando o desprezo
por outras etnias e nacionalidades, estendendo a ideia de que a
populaçom hindu (que compom o 80% da Índia) poderia terminar
convertendo-se em uma minoria, ou que o povo Naga espalhados entre a
Índia e Myanmar representam umha continuaçom do colonialismo polo feito
de que parte da sua populaçom professe a religiom cristã.
Em 1965 promovem a lei pola que tratam de impor o hindi como a única
língua oficial dos estados que componhem a Índia, provocando distúrbios e
revoltas por todo o noroeste e algumas zonas do sul onde o hindi é uma
língua completamente estranha, e que acabará com a matança de 70 pessoas
na cidade de Madras, no estado de Tâmail Nadu, fronteiriço con Sri
Lanka ,onde a sua populaçom se expressa maioritariamente na linguagem
tâmil.
Charu Mazumdar considerava de vital importância para os comunistas e
revolucionários índios combater este nacionalismo ao que definia como a
maior arma que tinham as classes dominantes naqueles momentos.
“Ao erigir consigna da unidade nacional e outras mais pretendem preservar a exploraçom do capital monopolista”.
“Por conseguinte, esta consigna de unidade é reaccionaria e os
marxistas devem se opor a ela. A consigna Caxemira é parte inalienável
da Índia foi lançada polas classes dominantes em benefício do saqueio.
Nengum comunista deve apoiá-la. É um dever fundamental dos marxistas
defender o direito à autodeterminaçom de toda nacionalidade oprimida”.
Charu Mazumdar entendia que os revolucionários hindus deviam de
prestar apoio aos movimentos de libertaçom nacional, mas que eram os
comunistas destas nacionalidades os que tinham que os encaminhar para
posiçons revolucionárias até criar os seus próprios partidos comunistas e
avançar polo caminho da Guerra Popular. Qualquer aliança ou unidade com
o resto dos povos da Índia nom poderia vir de nengumha imposiçom, senom
que teria que surgir de umha nova consciência, produto do
desenvolvimento das luitas contra o estado Índio e o imperialismo.
A construçom do partido
Charu Mazumdar sabía que sem a existência do partido revolucionário
de novo tipo, expressom independente e consciente das classes oprimidas
da Índia, assentado na luita contra o revisionismo e na aplicaçom do
Marxismo-Leninismo-Maoismo como teoria científica transformadora da
realidade, o triunfo da revoluçom estava condenado a fracassar. Polo que
junto de outros camaradas, quadros políticos comunistas, se entregou em
todos os terrenos à consecuçom desta necessidade.
Para Charu Mazumdar o partido (em umha sociedade semi-colonial e semi
feudal, como era a Índia daqueles anos) devia partir da aliança
obreiro-camponesa, (dirigidos pola classe obreira) sendo o campesinado
pobre e sem terra a força principal para poder levar adiante a
revoluçom. Mas esta aliança nom se podia levar a cabo aplicando os
velhos métodos dos partidos tradicionais. “Isso é polo que um partido
revolucionário nom pode ser levantado a partir do que é velho”.
A ideia de que o partido podia ser construído através da unidade dos
comunistas, juntando às diversas organizaçons que se denominavam
Marxistas-Leninistas, ou Maoístas em umha sóa sigla e se proclamar
vanguarda, levava inevitavelmente ao ilhamento com as massas, reduzindo a
sua atividade a configurar listas para participar nas eleiçons ou
organizar círculos de debate (1).
Considerava como tarefa fundamental dos comunistas elevar a
consciência de obreiras e camponeses, formando quadros políticos que
difundissem e aplicassem a linha política revolucionária do partido
entre as massas, educando às mesmas na ideia da revoluçom e a luita
contra o estado, atraindo a setores cada vez mais amplos para esta
causa, impedindo deste modo que centrassem o trabalho na participaçom
nos sindicatos, nas associaçons legais de camponeses ou nas eleiçons,
que só sementavam o pessimismo entre as massas e serviam aos interesses
do revisionismo e as classes dominantes da Índia.
Nesse momento histórico o partido devia estar aberto à incorporaçom
de outras capas da sociedade, como a juventude e os estudantes
procedentes da pequena burguesia que a metade da década do sessenta
tinham estendido e radicalizado as suas luitas por toda a Índia. Tinha
que ficar claro que a hegemonia política dentro do partido deveria estar
sempre em mans de obreiros e camponeses e que o apoio destas classes
nom se podia limitar a um simples apoio moral, pois o descontentamento
social contra as políticas reaccionárias do Partido do Congresso tinha
estourado em forma de resitências espontâneas no campo e nas cidades, e a
consigna do partido era intensificar estas luitas e poder chegar a lhes
dar direçom, com o que os novos membros tinham que estar dispostos a
fazer sacrifícios, distribuir a propaganda clandestina, organizar redes
urbanas de apoio à guerrilha, ser enviados ao campo como combatentes ou
qualquer outra cousa que o partido considerasse que era necessário nesse
momento.
“O único caminho marxista para educar-se que Lenin e o presidente Mao
nos ensinaram é a luita de classes. Só ao calor desta luita pode um
comunista ser autêntico e brilhante. Só a luita de classes é a
verdadeira escola para os comunistas.”
O inicio da Guerra Popular
Em um território com mais de 500 milhons de habitantes onde 400 deles
viviam em zonas rurais, a principal força para o avanço da revoluçom
tinha que partir do campesinado e dentro deste o campesinado pobre e sem
terra, Que era o que devia impor a sua hegemonia política sobre o resto
do movimento camponês.
“Pois só eles som a força mais revolucionária entre as classes camponesas.”
Baixo a direçom do Partido Comunista e assentado sobre a base da luita
armada para a tomada do poder “A revoluçom na Índia só podia triunfar
tomando o caminho da Guerra Popular Prolongada.”
Mas nom em todos os estados e regions da Índia a luita de classes se
desenvolvia ao mesmo ritmo para poder dar início à guerra, enquanto,
había que trabalhar para fortalecer as organizaçons partidárias, ir
madurando a consciência das massas ao mesmo tempo que se estendia a
ideia da revoluçom, deixando claro que nengumha reforma por muito
progressista em que esta se apresentasse poderia resolver os problemas
fundamentais que aqueixabam ao povo trabalhador Índio, isto só poderia
vir do confronto com o estado e a destruiçom das instituiçons
reaccionárias.
Mas para poder iniciar o caminho da Guerra Popular, avançar nela e
defender as conquistas que o movimento revolucionário tinha conseguido,
era necessário contar com um grande número de armas. E o movimento
Naxalita precariamente armado e que nom contava com a ajuda de ninguém,
impulsionou a campanha pola consecuçom de fusis e que em um princípio
começou com a utilizaçom de armas de fabricaçom caseira que os
camponeses utilizarom para assaltar os povoados onde as autoridades
feudais guardavam o armamento que tinham para intimidar às massas.
Também se formaram pequenos grupos de militantes clandestinos
encarregados de surpreender às forças repressivas e confiscar -lhes o
armamento. Processo no que nasce o novo poder nas pricipais bases de
apoio.
Umha vez superada esta primeira fase, com as organizaçons camponesas
podendo desenvolver a luita armada baixo a direçom do partido, a
resistência alcançou umha etapa qualitativamente superior que podemos
sintetizar como o passo da resitência expotânea (2), a resistência
estratégica das massas armadas e organizadas conscientemente. É o inicio
da guerra popular. A etapa na que o campesinado revolucionário,
organizado em milícias populares foi ganhando territórios expulsando aos
inimigos de classe e criando zonas libertadas abolindo o velho poder
feudal e criando comités revolucionários, expressom do novo poder.
—————————–
*A independência da Índia no ano 1947 supôs a divisom de Bengala, a
parte oridental (atual Bangladesh) de maioria muçulmana foi anexada a
Paquistám, enquanto a parte ocidental de maioria hindu ficou baixo a
jurisdiçom do estado Índio.
1. O partido nom se cria simplesmente sumando pessoas comunistas e que
tenhem qualidades individuais. O partido cria os seus próprios
militantes, com qualidades que nom acadariam no trabalho individual. O
partido cria qualidades colectivas o que nom som umha simples suma
ecléctica de qualidades individuais.
As pessoas criam o organismo colectivo como umha relaçom social objetiva
da que formam parte, mas essa relaçom social transforma o
comportamento, sipcologia, etc, das mesmas pessoas ate o ponto que
podemos dizer que os transforma em pessoas novas. Umhas pessoas que nom
seriam como som sem esse caldo de cultivo.
2. Quando falamos de resistência expontânea nom quere dizer que seja
irreflexiva, nem nem que nom siga reglas táticas, nem que nom fo-se
discutida. É expotânea porque nom conta com objetivos a longo praço, dos
que as açons dum determinado momento nom som mais que um meio cara
outros objetivos a longo praço como é o fortalecimento do novo poder, o
equilibrio estratégico, a toma do poder em todo o territorio, a
destruçom do estado, a construçom dumha sociedadade socialista e dumha
sociedade comunista.